O delegado Mario Vinicius, da polícia federal de Ilhéus, concedeu entrevista coletiva na manhã dessa quinta-feira, 28, sobre a operação “Inundare”.
Delegado Mario Vinicius. Foto Emílio Gusmão.
Desencadeada nas primeiras horas de hoje, a investigação apreendeu documentos relacionados às obras de contenção de encostas e beneficiamento de altos, ocorridas em Ilhéus a partir de 2010. As intervenções foram financiadas pelo Ministério da Integração Nacional, devido ao estado de emergência provocado por fortes chuvas.
Mario Vinicius não revelou nomes, cumprindo determinação das normas de conduta da Polícia Federal. A forma de atuação da PF nesses casos, mantém sob sigilo o nome dos investigados, possibilitando que não tenham a honra maculada (investigado não é culpado).
Armas e cédulas apreendidas.
Segundo o delegado, as melhorias nos altos ocorreram mediante dispensa de licitação devido ao caráter emergencial. As empresas contratadas terceirizaram os serviços, procedimento considerado ilegal.
Um dos empresários subcontratados fez a denúncia quando percebeu que os valores repassados pelo município estavam acima dos contratuais. Ele deveria receber 68 mil reais, mas o repasse foi de 442 mil.
Um membro do governo Newton Lima teria determinado que o empresário fizesse o saque diretamente na “boca do caixa” bancário, e passasse a diferença para uma pessoa cujo nome não foi revelado pelo delegado.
Ex-secretários de finanças, administração e obras da gestão anterior, titulares em 2010, sofrem investigação.
A PF realizou busca e apreensão nas residências de dois ex-secretários, funcionários da prefeitura e sede de empreiteiras. Foram apreendidas duas armas ilegais, vinte e um mil reais, mil dólares e 20 euros.
Duas pessoas foram conduzidas à delegacia por não possuírem porte de arma.
Casa do ex-secretário Jorge Bahia, homem forte do governo Newton Lima, recebeu a “visita” da Polícia Federal. Foto: Coutinho Neto.