Salmos 122 – Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor!
O salmo 122 retoma diretamente o que vimos no salmo 87 (fica a dica para ler este outro salmo em conjunto – http://www.bibliatododia.com.br/?p=1906). O tema mais uma vez é a profunda alegria do salmista em subir o monte Sião em direção à cidade de Jerusalém para alcançar o templo do Senhor.
Como já foi tratado de forma mais detalhada no salmo 87, o povo da aliança tinha uma consciência concreta que Jerusalém era a cidade na qual o Senhor habitava, sendo a casa de Deus o templo, sua morada entre os homens. Mesmo depois do exílio e da destruição do templo, havia uma constante referência a Jerusalém em função da promessa messiânica.
A alegria toda do salmista no verso 1 era de ir literalmente ao encontro do Senhor em sua casa, tal qual quem muito fica contente de ir visitar um grande amigo. Ele se anima em estar chegando à cidade no verso 2 e passando por seus portões. Há clara felicidade em ver como Jerusalém era vigorosa (verso 3) e como muitos outros homens faziam como o salmista, de subir à cidade para encontrar o altíssimo (verso 4). A cidade era de fato especial. A corte real e seus tribunais estavam ali localizados (verso 5), e o salmista conclama seu povo a orar pela paz e segurança da bela cidade (versos 6 a 8). E sua conclusão no verso 9 é quase uma declaração de amor, de quem de tanto amar a casa de Deus quer o bem da cidade na qual o templo está erguido.
Este salmo ao que tudo indica era cantado em uma das três principais festas de Israel (festa dos pães sem fermento, festa das cabanas e festa das semanas; cf. Dt. 16.16). E com certeza, não apenas o salmista celebrava a ida ao templo, mas todo o povo compartilhava deste sentimento. Com o advento da igreja no novo testamento, o templo como lugar físico deixou de ter a relevância antiga, pois cada um daqueles que creem em Cristo Jesus passou a ser habitação do Espírito Santo de Deus. Entretanto, as igrejas hoje continuam sendo um local de celebração, onde pessoas se unem para adorar ao Deus onipresente e para trabalhar pelo estabelecimento do Reino de Deus na terra.
Claro que hoje a igreja como local geográfico não é pré-requisito para que alguém consiga adorar a Deus, orar a ele ou mesmo promover ações pelo próximo. A adoração é muito mais que palavras ditas numa oração ou em uma música, adoração é no fundo um estilo de vida pautado pelo amor ao Senhor e à sua lei (como visto no salmo 119). É como disse Jesus muito tempo depois do salmista: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” (João 4:23).
Será que temos vivido uma vida religiosa, de ir para a igreja ou para atividades cristãs como se fosse uma obrigação, sem o devido amor e alegria? Ou pior que isso, será que temos de alguma forma um pensamento que adoração e encontro com Deus é algo restrito à igreja, que não invade outros momentos e esferas de nossas vidas? Que possamos ter uma vida de adoração constante a Deus em todos os nossos atos, transbordando essa mesma alegria que o salmista teve!