Emprestar dinheiro a amigo exige um cuidado dobrado
Para consultor, a melhor opção é tentar ajudar o amigo endividado de uma outra forma, que não seja arriscando sua própria saúde financeira
A advogada Raymunda Oliveira da Silva, aturou uma amiga que sempre pedia seu cartão e se deu mal
Priscila Chammaspriscila.chammas@redebahia.com.br
Emprestar dinheiro a um amigo é a melhor maneira de
acabar com a amizade. A previsão é do consultor financeiro Reinaldo Domingos, e
também se aplica a emprestar o cartão de crédito ou servir de fiador. Mas não
precisa ser especialista na área para conhecer alguém que passou pela difícil
situação de levar um calote do amigo.
Em Salvador,
não há dados sobre o assunto, mas em Manaus, 25% das pessoas cadastradas no
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) foram parar na lista por terem emprestado o
cartão de crédito para terceiros. Foi esse o caso da aposentada Evandir Santos.
Há cerca de três anos, ela costumava pagar as compras de uma vizinha em seu
cartão, para ser reembolsada depois.
"Ela me
pedia para dividir as compras no meu cartão e eu não sabia dizer não. Depois,
não tinha coragem de cobrar", conta a aposentada. No início, a vizinha até
pagava, aos poucos. Mas aconteceu que a dívida atingiu um valor muito alto e ela
não conseguiu mais se acertar com Evandir. Resultado: o nome da aposentada foi
parar no SPC e ela até perdeu o cartão de crédito. Para sair da lista de
devedores, teve que assumir a dívida de R$ 900 da agora
ex-amiga.
A advogada
Raymunda Oliveira passou por uma situação parecida. Durante um tempo, aturou uma
amiga que sempre pedia seu cartão emprestado para parcelar suas compras. "Aí ela
pagava a primeira, a segunda parcela... Depois esquecia e eu ficava no
prejuízo". Quando Raymunda Oliveira resolveu dar um basta na situação, a amiga
ficou magoada e a amizade foi abalada por um tempo. "Mas agora já está tudo
bem", conta.