segunda-feira, 21 de maio de 2012

JESUS CRISTO MUDOU MEU VIVER
O CENTURIÃO DE CAFARNAUM Mateus 8.5-13
A Bíblia nos surpreende com os fatos que nela se encontram escritos. Não importa do que ela está falando. O certo é que sempre, em cada mensagem, há um fato novo que nos traz um maravilhoso ensino. Vejamos este texto que fala do Centurião de Cafarnaum. Parece simples à primeira vista, mas quando o observamos atentamente, notamos que nele existem pequenos detalhes relacionados com o Centurião que nos deixa impressionados. Vejamos.
I – A ATITUDE DO CENTURIÃO (v. 6).
A primeira vista parece um fato sem importância a procura do Centurião pelo Senhor Jesus motivado pela doença de um seu criado. Porém, quando olhamos a relação Senhor criado, verificamos que o fato é relevante, porque aquele criado não passava de um escravo. E, na concepção do povo da época, o escravo não passava de um objeto que fora adquirido por seu senhor. Os direitos dos senhores de escravos eram extensos. Estes podiam matar, prender, surrar, etc. (Fm v.8-21). Então parece muito estranho, quando um dono de um escravo, encontra esse doente, ao invés de abandoná-lo ao leu, procura socorro. A atitude do Centurião é de uma pessoa sensata e nos traz uma grande lição. Quantos de nós por qualquer tolice, pensamos logo na vingança, queremos retribuir em dobro o mal que alguém nos fez, enquanto que, o Centurião portou-se de modo contrário. Embora o fato não se tratasse de um mal que alguém lhe fizera, todavia, tratava-se de um ser que não passava de um escravo, que na concepção do filósofo grego Aristóteles, não tinha alma.
Outro detalhe importante é que esse homem não era judeu, mas romana. Não era um adorador em potencial do Deus dos hebreus pela sua condição de romano. Com toda a certeza fora informado a respeito do Senhor Jesus. O que impressiona é a sua atitude: queria ver o seu escravo curado. Isto meus irmão, é o que significa ter um verdadeiro amor, pois, foi este tipo de amor que o Senhor Jesus classificou como o segundo maior de todos os mandamentos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” Mc 12.31.
E nós, o que temos feito em favor dos escravos que por aí se encontram? Escravos das bebidas alcoólicas, do tabaco, dos demais entorpecentes, escravos de todo tipo de pecado, em fim, escravos do diabo. Temos tido amor por esta gente? Ou os tratamos com desdém, com desprezo? Tenho visto crentes que quando se refere a uma pessoa não evangélica a trata de ímpia. Esse não deve ser o nosso procedimento. Devemos sempre referir-nos a tais pessoas com comiseração pelo seu estado pecaminoso.
II – A ORAÇÃO DO CENTURIÃO (v. 5).
E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um Centurião, rogando-lhe”
O detalhe aqui está na oração ou pedido desse homem, pois a palavra rogar significa: Pedir com insistência e humildade; instar, implorar, suplicar. Vou desprezar as demais palavras sinônimas de rogar e utilizar apenas o sinônimo implorar, pois, este significa: pedir humildemente; suplicar com lágrimas. Eis aqui, meus irmãos uma grande virtude do Centurião. Além de humilde era emotivo. Foi ao Senhor chorando: “Senhor”, veja a expressão: “Senhor”! O Senhor Jesus era um homem comum, da plebe, enquanto que o Centurião um oficial romano, comandante de uma centúria, isto é, de uma centena de homens e por isso podia aproveitar-se da condição cativa do povo judeu e ordenar a um de seus soldados que trouxesse o Senhor Jesus até sua presença. Não. Ele foi incapaz disso. Humildemente procurou o Senhor Jesus com lágrimas. Talvez esteja faltando isso em você: descer de seu pedestal da soberba, do orgulho, da sabedoria aos seus próprios olhos e humilhar-se, I Pe 5.6.
Há pessoas que pensam que são donas de Deus e que Deus é objeto de sua manipulação. Quando enfrentam algum problema ao invés de apresentar-se a Deus humildemente chegam em suas orações dando ordens e exigindo cumprimento de promessas e vão logo dizendo que não aceitam tal situação. Tomemos o exemplo do Centurião em seu pedido: “Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e violentamente atormentado”. Que oração linda, que humildade, que atitude de adoração. Ao contrário de tantos de outros que só pelo fato de ter o dom da oratória e conseguir sugestionar o povo, quando estão pregando para uma multidão de pessoas simples já andam pisando duro pensando ser alguma coisa.
Deixemos isso e falemos de mais uma característica do Centurião
III – A HUMILDADE DO CENTURIÃO (v. 8).
Diante do pedido com lágrimas do Centurião, o Senhor lhe respondeu: “Eu irei, e lhe darei saúde” (v. 7). Aí entra a humildade do homem. O Centurião quando ouviu o Senhor Jesus dizer que ia à sua casa tremeu. Espere aí, em minha casa? Senhor, não sou digno que entres em minha casa. No pensamento do Centurião veio a sua condição de pecador. A sua casa era imunda para uma pessoa tão importante como o Senhor Jesus entrar. E a nossa casa como anda. Será que o Senhor Jesus está realmente no nosso interior? Nossas atitudes não de humildade? De pureza? De santidade? De bom testemunho? Ou somos indignos de que o Senhor entre em nossa casa? Eu estou falando de casa espiritual, mesmo. Paulo diz que somos o templo de Deus, I Co 6.12-20.
A coisa é séria. Tem gente por aí dizendo que é crente, mas as suas atitudes são na verde de pessoas ímpias: compram e não pagam, se deliciam em estar no caminho dos pecadores, falam mal da vida alheia, são capazes de se numa loja após uma compra receberem um troco errado para mais de irem embora, mesmo sabendo que o caixa que lhe deu o troco errado pagará no fim do expediente pelo erro. São pessoas que não têm dignidade, mas são incapazes de dizer ao Senhor Jesus que não são dignas de que Ele entre em baixo de seu telhado. Falta-lhes humildade suficiente para isso.
IV – A FÉ DO CENTURIÃO (v. 8, 9).
“Dize somente uma palavra, e o meu criado sarará”.
Que fé. Ele sabia do poder que o Senhor Jesus era investido. Por isso, querendo demonstrar esse conhecimento sobre o poder do Senhor Jesus, assim se expressa: “Eu também sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz”. Em outras palavras o Centurião queria dizer é que sendo ele um homem comum tinha recebido autoridade para dar ordens a pessoas que foram colocadas sob sua autoridade, muito mais o Senhor Jesus que era o filho de Deus. E eu tenho certeza de que o Centurião tinha conhecimento disto, pois, conforme Lucas ele mandara edificar uma sinagoga para os judeus (Lc 7.5), se assim não fora ele não teria usado tal expressão demonstrando que cria que o Senhor Jesus poderia de onde se encontrava, com uma palavra apenas, dissipar a enfermidade.
Tal foi a demonstração de fé do Centurião que o Senhor Jesus se admirou e disse: “nem mesmo em Israel encontrei tanta fé”.
CONCLUSÃO.
Queremos milagre? A resposta é sim. Todas as vezes que convidamos as pessoas a frente, fazemos porque acreditamos em milagres e os irmãos vêm porque acreditam que os milagres vão acontecer em suas vidas. Mas foi estudando este texto que aprendi que se não seguirmos os passos do Centurião quando buscava a cura de seu criado, não podemos encontrar êxito para a nossa pretensão.
Os milagres acontecem sim. Mas para que aconteçam precisamos:
1 – De uma oração convincente, e essa oração convincente tem que ser acompanhada de lágrimas.
A Bíblia diz que “O choro pode durar por uma noite, mas a alegria vem pela manhã” Sl 30.5. Eu não sei quanto tempo vem durando a sua noite, tão pouco, quando será o seu amanhã. Deus o sabe.
2 – De uma oração com humildade.
Na oração com humildade demonstramos toda a nossa dependência a Deus. O Senhor Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” João 15.5.
3 – De uma oração de fé.
Na carta aos Hebreus 11.1 está escrito: “Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”.
Quem deseja receber alguma coisa de Deus precisa se aproximar dele com fé Hb 11.6.
Que o Senhor Jesus nos abençoe.