MADRUGADA SANGRENTA EM ITABUNA
Madrugada
de domingo violenta em Itabuna. No bairro Nova Itabuna um homem, não
identificado, morreu, ao sofrer cortes de facão na cabeça e disparos de arma de
fogo à queima roupa que atingiram seus olhos. Uma equipe do SAMU esteve no local
para socorrer a vitima, mas chegando ao centro cirúrgico do Hospital de Base, a
vítima, que perdeu muita massa encefálica, não resistiu aos ferimentos, morrendo
antes do atendimento. Já no bairro Nova Califórnia, após uma briga em
um bar, Rodrigo Nunes
Tavares morador da Rua
Nova, naquela localidade, acabou esfaqueado por um desconhecido. Rodrigo foi
atendido pelo SAMU e levado até o Hospital de Base onde foi medicado.
A professora Eliane Matos do IFBA de Uruçuca, morreu na
noite de ontem, em acidente na BR 415, próximo ao bairro de Salobrinho, em
Ilhéus. Ela vinha de carona em um veículo e não usava o cinto de segurança. A
professora lecionou por muitos anos na rede municipal de ensino, na época de
Fernando Gomes, depois foi para a Direc 07 na gestão de Chico e agora estava em
Uruçuca.
MIRALVA MOITINHO DECLAROU
GUERRA CONTRA O DEPUTADO GERALDO SIMÕES
Em Itabuna o clima não está nada bom entre a presidente do PT local, Miralva Moitinho, e o deputado federal Geraldo Simões (PT). os dois estão em lados opostos para a eleição de 2013 para o comando do PT municipal.
Neste final de semana Miralva concedeu entrevista ao blog do “Rick”, e declarou que Geraldo “não é o todo poderoso”. Já o parlamentar usou o seu facebook para rebater a “cutucada” e criticar a postura da mesma.
O que é bravura e o que é bravata
Porque ajudou a salvar 1.500 refugiados da
Indonésia no Timor ao lado de outra jornalista e de um enviado da ONU (que
queria deixar o país com outros repórteres e foi forçado, por elas, a ficar);
porque conseguiu entrar em uma zona de milícias durante a guerra civil do Sri
Lanka e, ao sair de lá, foi atingida no olho direito por uma granada de mão.
Porque depois disso ela usava um tapa-olho preto que a transformou na
Catalina Creel do bem.
Porque ela teve um casamento que terminou em
divórcio e outro que terminou em suicídio. Porque nunca quis ter filhos e, sim,
cobrir guerras. Porque ela velejava. A vida de Colvin teve tantos elementos
cinematográficos que chega a ser um clichê. Talvez Angelina Jolie a acabe
interpretando.
Conheci seu trabalho recentemente, há cerca de um
ano, e fui para a internet recuperar o tempo perdido. Mas a verdade é que a
morte de Marie Colvin nesta quarta-feira, na Síria, me entristeceu
bastante.
Depois que passamos da síndrome de Tintim, nós
encaramos a profissão com muito mais cinismo e alguma frustração. É mais fácil
fazer viagens aventurescas a trabalho sendo roadie de banda de garagem. Mas se
achar que ser jornalista significaria resolver grandes mistérios na fronteira do
perigo era uma ilusão, ela tampouco mascarava necessariamente uma profissão
desprovida de importância, escrúpulos ou dignidade, como volta e meia pensamos
depois de alguns anos acompanhando a pequenez dos meios de comunicação
brasileiros.
O negócio é que nem todo jornalista precisa (nem
deve, nem consegue) ser aventureiro. Nem todos eles precisam cobrir guerras e
nem todas as batalhas valem a pena. Mas em algum lugar existe gente que gosta de
contar estas histórias como se deve e sabe da importância que elas tem. E em
algum lugar existe gente que confia nestas pessoas o suficiente para apoiá-las
nessa tarefa.
Em um dos inúmeros obituários que Colvin ganhou,
o da New Yorker, diz-se que em seu último depoimento de Homs para
a CNN ela afirmou, após descrever e mostrar a situação das pessoas onde estava,
que era uma “mentira completa que o governo sírio está atacando terroristas. O
Exército está simplesmente bombardeando uma cidade cheia de civis famintos”. Ela
estava lá e viu. E disse claramente – coisa rara no jornalismo, mesmo o que vai
para as trincheiras – qual era mentira, como bem notou o apresentador,
Anderson Cooper.
Em outro dos obituários, falava-se que a mãe de
Colvin recebeu jornalistas em casa pra dizer que ela “morreu fazendo o que mais
gostava” e eu não pude deixar de me lembrar da maneira cretina como as empresas
de comunicação nacionais tentaram transformar casos de negligência como o de Tim
Lopes e o de Gelson Domingos da Silva, cinegrafista morto no Alemão, em casos de
heroísmo e sacrifício jornalístico, entrevistando seus familiares que,
naturalmente, diziam que eles amavam a profissão.
A diferença, no entanto, é bem grande. Marie Colvin
corria riscos mais conscientes e tinha um sistema mais criterioso de orientação
de seus empregadores (ela decidiu ficar na Síria depois que seu editor a pediu
que saísse do país, por exemplo). E, muito além disso, está a relevância das
imagens e informações que ela se arriscava para conseguir.
Dois anos antes de morrer, no discurso em um evento
que homenageava jornalistas mortos em conflitos, Colvin disse que, além de ter
em mente que a missão era reportar os horrores da guerra com precisão e sem
preconceitos (uma lembrança muito importante), é sempre preciso se perguntar
se o nível de risco vale a
história. “O que é bravura e o que é bravata?”,
questionou.
Neste momento, acho que ela fazia um jornalismo
heróico mais pelo que se atrevia a dizer do que pelo que tinha coragem de fazer.
Não o tipo que põe profissionais em risco levianamente, mas, sim, o tipo que faz
as perguntas importantes e dá às coisas o nome que elas realmente
tem.
Eu não queria ter a vida de Marie Colvin, percebi
no fim das contas. Mas queria ser ela. Na parede do meu coração de jornalista
que não sabe se está fazendo algo útil consigo mesma, já há uma foto sua de
tapa-olho, é claro. O pôster de Tintim já estava dobrado e guardado em seu
devido lugar.