sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Deputado Coronel Gilberto Santana diz que policiais militares devem continuar movimento grevista e lutar pelos seus direitos
Disse ainda o parlamentar que os grevistas não devem se deixar levar por pressões, até porque o direito de greve é assegurado pela Constituição de 1988
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Em assembleia, policiais militares decidem continuar a greve

A greve de PMs na Bahia completa 12 dias neste sábado (11)
Da Redação
Mais um capítulo da greve dos PMs na Bahia. Os policiais militares de três associações (APPM, Aspra e Associação de Sargentos e Sub-tenentes de Polícia Militar) decidiram continuar a paralisação no estado, mesmo após o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, anunciar que a greve da policiais e bombeiros militares terminou. A decisão foi tomada em assembleia realizada no Ginásio de Esportes do Sindicato dos Bancários, no Largo dos Aflitos, nesta sexta-feira (10). Iniciada às 18h, a assembleia acabou pouco antes das 20h - e uma nova reunião acontece no mesmo local amanhã às 16h.
O grande entrave das negociações está relacionado ao pagamento da Gratificação por Atividade Policial IV (GAP IV) e às prisões de 12 policiais militares decretadas pela Justiça baiana. Os PMs em greve reivindicam o pagamento imediato da GAP IV e o relaxamento das prisões, além de anistia para os grevistas. Segundo Ivan Carlos Leite, porta-voz dos grevistas, não houve nenhuma nova tentativa de negociação por parte do governo.
O governo, entretanto, já suspendeu as negociações e propõe iniciar o pagamento da GAP IV apenas em novembro e de forma escalonada. Além disso, os policiais desejam que o pagamento da GAP V seja feita no máximo até 2013, enquanto o governo apresenta a proposta de pagar até 2015. O governo também propõe aumento de 6,5% da remuneração retroativo ao mês de janeiro deste ano.
Em resposta ao anúncio do fim da greve pelo comandante geral da PM, o porta-voz dos policiais militares grevistas disse nesta sexta-feira que a greve de PMs ainda não terminou. “A polícia ainda não retornou. É simples. Quem para é a categoria, e quem decide voltar também é a categoria. Queremos agora que haja uma conversa com o comandante-geral, que a tropa possa ouvir a proposta dele, porque esta proposta de não anistiar os policiais pode ser um novo estopim”, afirmou.
Ontem, assembleia também decidiu pela manutenção da greve
Na noite de ontem, a Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA) decidiu em assembleia que não paralisa suas atividades.
Punições
Em uma coletiva realizada no final da manhã desta sexta, o coronel Alfredo Castro, comandante geral da Polícia Militar, afirmou que os PMs que não se apresentassem até o meio dia desta sexta-feira sofreriam descontos na folha de pagamento pelos dias não trabalhados e também poderiam sofrer processo administrativo disciplinar. O coronel informou também que até às 9h desta data, cerca de 85% do efetivo fazia o policiamento das ruas e que o retorno das atividades deverá ser normalizado gradativamente nos próximos dias.
 Apurações
Nesta sexta-feira (10), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitou as gravações telefônicas da greve de PMs na Bahia ao governador Jaques Wagner. O objetivo é apurar se quem detém foro privilegiado teve conduta ilegal, como o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), presidente da comissão que analisa a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 300, que diz respeito à criação de um piso nacional para PMs e bombeiros, informou a Agência Brasil.
As gravações também foram requisitadas pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) ao Ministério Público do Estado da Bahia. Além disso, o MPF/BA pediu nesta sexta-feira a abertura de inquérito policial, como o intuito de investigar os atentados contra à segurança nacional e a ordem política e social cometidos durante a greve parcial de policiais militares no estado.
Violência
Nesta quinta-feira (9), o número de homicídios chegou a 156 na capital e Região Metropolitana de Salvador desde o começo da paralisação dos policiais militares. Este número representa um crescimento de 178% em relação aos nove dias que antecederam o motim (22 a 29 de janeiro), nos quais foram registrados 56 homicídios.