Anúncio de acordo passado em TV é falso, diz Prisco
Em contato com Marco Prisco, ele disse que mensagem que está sendo passada na TV é falsa. Segundo ele, não passa de mais uma manobra do governo. Até o fim da tarde outra proposta será avaliada. Ele disse que a greve só acabará em uma assembleia geral como combinado com os PMs
Juíza que deu liminar contra a greve da PM é investigada por venda de sentença Numa das gravações, segundo as investigações, o filho de Maria de Fátima negocia a venda de uma sentença favorável a uma empreiteira em troca de R$ 700 mil.
A juíza Janete Fadul ganhou notoriedade no Brasil ao expedir a prisão dos lideres da PM, todos são acusados de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas), mais não é a primeira vez que ela aparece com destaque na imprensa.
Janete foi acusada de venda de sentença pela Operação Janus, ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Devido às denúncias, ela foi afastada das suas atividades pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), retornando por causa de uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eros Grau.
Vale ressaltar que o Conselho Nacional de Justiça afastou preventivamente, no dia 15 de setembro de 2011, duas juízas da Bahia suspeitas de venda de sentenças. As magistradas Maria de Fátima Carvalho e Janete Fadul foram citadas em gravações telefônicas obtidas pela operação Janus, feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público da Bahia no ano passado.
Sgt. Vinícius do 14º BPM envia carta a sociedade santatoniense - Preso arbitrariamente
Carta aberta à sociedade santatoniense
Queridos familiares, amigos e sociedade santantoniense
Infelizmente tive que me ausentar da presença de todos os senhores por conta de uma injustiça, onde fui taxado de criminoso e formador de quadrilha; por isso decretaram a minha prisão preventiva e de mais 11 pais de família que lutam por dignidade e respeito.
Não posso e não aceito carregar esse peso por atos que não cometemos e não compactuamos. Ao contrário, sempre primamos pelo diálogo e pela sensatez, o que pode ser constatado durante a reunião dentro do próprio Batalhão, que contou com a presença dos representantes da sociedade civil organizada, autoridades municipais, bem como do Poder Judiciário.
Não posso ficar calado num momento como este, pois observamos, infelizmente, que tal ato de decretação de prisão dos diretores da ASPRA, servia apenas como ‘pano de fundo’ para sufocar o grito de socorro engasgado há 14 anos no seio na corporação PM. Grito este que resume-se na regulamentação da Lei 7.145/97, que define as regras de pagamento dos policiais militares, tais como: Gratificação de Atividade Policial Militar nos níveis IV e V; pagamento da insalubridade, pagamento do adicional de periculosidade, pagamento do auxílio-acidente.
Também não podemos descartar possibilidades de que tais atos estejam perpetrados com o intuito de enfraquecer o movimento reivindicatório, que é justo.
O incrível, senhores, é que, para nossa surpresa, os nossos advogados não encontraram nenhuma ordem de prisão em nosso nome e não têm acesso ao número do processo, o que por si só já demonstra a falta de respeito ao que estabelece a Constituição Federal, “ampla defesa e contraditório”. Como pode se defender alguém se não consegue encontrar o devido número do processo, ficando apenas na seara de notícias veiculadas através da mídia? Como se pode falar em estado democrático de direito se esse mesmo estado viola os direitos insculpidos na lei maior ao não permitir o acesso dos advogados a aquilo que são acusados os seus representados? De uma coisa senhores e senhoras, pais e mães, filhos e filhas, santoantonienses, a “única formação” da qual faço parte é do PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) que tem como propósito livrar nossos jovens das drogas e da violência.
Sou policial militar a 17 anos, nunca sofri qualquer punição disciplinar, estou no excepcional comportamento, fui eleito POLICIAL PADRÃO de 2009 (como reconhecimento pelo trabalho desempenhado).
Sempre trabalhei com afinco e profissionalismo nas mais diversas atividades e funções designadas, exemplo da CAVALARIA que se tornou um elo de aproximação, respeito e confiança entre a sociedade, em especial as escolas e a Polícia Militar. Tratar-me como um criminoso, atribuindo-me atos praticados nas mais diversas cidades da Bahia, quando em momento nenhum deslocamos da nossa cidade, é um ato de irresponsabilidade sem precedentes, ou até criminoso, fazendo-me recordar um pensamento de Octavio Mangabeira: “Pense num absurdo, na Bahia tem precedentes”.
Ao contrário do que tentam imputar a minha pessoa, sou uma pessoa evangélica, pai de família, tenho esposa e dois filhos que amo e que têm plena convicção da minha honestidade e integridade. Sou temente a um Deus que tudo pode e que, com toda certeza, está do nosso lado, mesmo com todo mal assolando o mundo e a Bahia, e por isso não aceito ser taxado de criminoso.
A verdade logo prevalecerá e tudo voltará ao normal. Espero que haja sensatez nessa hora para resolver as questões dos policiais militares negociando uma solução pacífica, não impondo de forma autoritária, pois, já se percebe que a força nesse momento em nada resolve, apenas agrava mais a crise já estabelecida e que, ao invés de saná-la, tentou escondê-la.
O pleito da categoria é legítimo, isso ninguém pode negar, é somente consultar a Lei 7.145/97. Nada disso estaria acontecendo se o Governo tivesse atendido o pleito da tropa no ano de 2009, ao invés de ignorar e sufocar aquele movimento reivindicatório intitulado MOVIMENTO POLÍCIA LEGAL.
Gostaria de tranqüilizar toda a sociedade santoantoniense que em breve estaremos de volta com todos os senhores. Ressalto mais uma vez o compromisso que assumimos de manter a sociedade tranqüila em relação ao movimento dos policiais. Peço ainda que os verdadeiros policiais não deixem se abater e com senso de responsabilidade continuem a reivindicar os nossos direitos.
Lembrem-se de Charles Chaplin quando nos presenteia com uma das maiores lições de cidadania no seu último discurso:
“Soldados não vos rendeis a esses brutais, que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam as vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos, que vos tratam como gado humano e vos utiliza como buchas de canhão. Não sóis máquinas, homens é que sóis. E com o amor da humanidade em vossas almas não odieis. Só odeiam os que não se fazem amar”.
Marcus Vinicius Santana Santos, Sgt PM