segunda-feira, 8 de abril de 2013

Polícia Militar da Bahia pode entrar em greve novamente: presidente da ASPRA Itabuna fala sobre o assunto
Para o soldado Neto, o comandante Geral da PM é mentiroso e não respeita os militares, só puxa saco do governador.
Apósoanúncio do governador Jaques Wagner, de que o percentual para reajuste dos servidores públicos estaduais será abaixo do acordado, (rumores apontam que seja em torno de 5,84%, cobrindo apenas a inflação) a Polícia Militar da Bahia acenou com a possibilidade de uma greve para este ano de 2013.
Este foi um dos assuntos discutidos durante a assembleia organizada pela Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia – Força Invicta (AOPMBA), em Salvador, que teve ainda na pauta reivindicações como, promoções, isonomia salarial, além de pensar um novo modelo para a PM.

Além do índice considerado baixo, especulações sobre a possibilidade do reajuste não ser retroativo, considerando que a data-base é janeiro, já seria motivo para greve dos servidores estaduais, que também não descartam a possibilidade do governo parcelar o aumento, caso não tenha recursos para bancar todo o saldo retroativo, disse o Tenente Coronel PM Edmilson Tavares Santos.

Em entrevista ao Radar, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia, ASPRA Regional Itabuna e acusado de ser o líder da greve no 15º BPM, Soldado PM Neto, falou sobre a possibilidade de uma nova greve da PM.



Radar - Existe mesmo a possibilidade de uma greve da PM em 2013?

Neto - A entidade ASPRA não define sozinha os rumos profissionais da categoria, serão discutidos vários pontos através da assembleia geral no dia 11 deste mês em Salvador às 15 horas no ginásio de esportes do clube dos bancários, onde serão colocadas em pauta as revindicações do militares baianos em geral.

Quero salientar que o caminho é o diálogo, isso em qualquer discussão laboral, mas também não podemos descartar que a ruptura administrativa, paralisação ou greve é o recurso utilizado universalmente por todo ser humano no tocante a melhoria social e de trabalho.

A luta não é tão somente por aumento salarial, é sim por celeridade nas promoções dos policiais, reinclusão de vantagens, tais como, insalubridade e periculosidade, auxílio acidente, plano de carreira para classe praças PM BA, auxílio transporte para os militares que prestam serviço fora do local de sua residência conforme estatuto em seu artigo 92.

Radar - Qual seria o reajuste ideal?

Neto - Na realidade, os servidores baianos não tem aumento, recebem reajuste inflacionário que é caculado sobre os doze meses, aumento seria se os militares baianos de forma geral, tanto oficias quanto praças recebessem aumento tanto na GAP- Gratificação por Atividade Policial e no soldo, isso incidiria nas diárias e nas horas extras aumentando o ganho real do policial. 

Radar - Como a ASPRA Itabuna tem se comportado diante da possibilidade de uma greve?

Neto - Normalmente, até por que quando o nosso representante Marco Prisco (Vereador eleito na capital) e fundador da ASPRA-BAHIA mostra a insatisfação geral da tropa, e agora em entrevista na capital baiana o presidente da associação de oficiais  dos oficiais AOPMBA, também vem à público e questiona qual caminho  a ser seguido pelo policial para que um gestor demonstre interesse em solucionar as questões de segurança pública, deixa inteligível para todos que não há firmamento nos acordos.

Os oficias fizeram a reunião de sua respectiva associação, agora será a nossa, e lá ficará o estabelecido pela própria classe Praça, ou seja, os seus desejos e anseios como servidor público.

Radar - Vocês reivindicam anistia ampla e irrestrita para quem participou da mobilização de 2012?

Neto - Sim. A mobilização da PM BA foi pacífica e ordeira, nenhum dos fatos criminosos mostrados durante a greve foi atribuído a policiais que estavam lutando por direitos,nada ficou comprovado até o momento e nem será. A sociedade baiana aprovou e apoiou a nossa luta, isso ficou demonstrado nas eleições municipais, onde vários militares foram eleitos, à comprovar o nosso representante máximo Marco Prisco em Salvador, Soldado Gilvan em Jequié e Valéria aqui em Itabuna.

E nossa cidade, Itabuna, entidades de grande interesse e representação social, OAB, igrejas e imprensa entenderam nossa árdua luta em janeiro de 2012, descaracterizando os atos como forma política e sim de busca da dignidade como servidores públicos que mantém a ordem e a segurança com o risco da própria vida.  

Fim da escala em ciclos / períodos, 25 anos de aposentadoria para as policias militares femininas; Todos nós sabemos que fisiologicamente a mulher é diferente do homem, sendo inadmissível que ela se esforce e tenha seu tempo laboral igualado ao policial masculino.

Ela tem dupla jornada de trabalho, fora e dentro de sua casa e na maioria das vezes é a única provedora do lar. Sofre com a insalubridade durante os seus trinta anos de serviço, estuda à noite para qualificar-se e possuir à custo altíssimo um nível superior de escolaridade.

A Pfem, policial feminina  e isso eu atribuo a toda mulher, é a coluna cervical, é a estabilizadora emocional de toda família. Ela é o porto seguro tanto para o homem , quanto para os filhos e isso trás desgastes para o seu físico e psicológico no dia a dia.    

Criação do código de ética. Um código de conduta e não um regulamento baseado no direito castrense que não coaduna com a nossa carta Magna de 1988. O novo modelo de estatuto irá contribuir muito para um novo modelo de polícia, voltada para o cidadão e a cidadania.

Criando a carreira única de acesso para a  corporação, formação interdisciplinar do futuro policial, trazendo discussões, situações fáticas atuais e focadas na preservação dos direitos humanos.

Radar - Como está ou qual o resultado dos processos administrativos disciplinares que foram abertos por causa da greve de 2012?

Foram findados há mais de um ano, mas sem solução, ou seja, sem resultado até o momento, contradizendo preceito constitucional e mandamental no tocante a duração razoável dos processos.

O Estado fez o contrário, abriu novos procedimentos contra colegas aqui em Itabuna. Estamos esperando o cumprimento do acordo verbal feito e veiculado em rede estadual versando sobre a anistia aos policiais, do qual faço parte como acusado.

Quero deixar claro que os policias do Décimo Quinto Batalhão figuram conforme estatísticas, como um dos que mais apreendem drogas e armas na Bahia, o senso de profissionalismo é levado ao extremo.
O diálogo é regra para discussão de trabalho, mas quando a intransigência é colocada  em primeiro plano, todos perdem. Queremos um Polícia Militar melhor, com alto estima e respeitada.