O corpo de Adailton será levado nesta sexta-feira (2) para ser enterrado no município de Baixa Grande, a 250 km de Salvador
Da Redação A família do candidato a soldado da PM que morreu nesta quinta-feira (1) durante a realização de testes de aptidão física contesta a versão da Polícia Militar. O irmão de Adailton Lopes Pessoa, 29 anos, diz que houve negligência na prestação de socorro dada pelos soldados da PM.
De acordo com Marinaldo Pessoa, Adailton não apresentava problemas de saúde e tinha exames recentes que atestavam sua boa condição física. "Ele frequentava academias, não bebia, não fumava e nunca teve problemas de saúde", disse o irmão da vítima em entrevista à TV Bahia.
Um amigo da vítima disse que apenas um PM acompanhava os testes e acusa os policiais de não acompanharem o jovem durante o socorro no hospital. Ele disse que o jovem foi socorrido para o Hospital São Jorge após passar mal depois de correr 800 metros e uma segunda vez no chuveiro, depois da prova.
O corpo de Adailton será levado nesta sexta-feira (2) para ser enterrado no município de Baixa Grande, a 250 km de Salvador.
Mal-estar
Adailton já tinha feito os testes físicos na última terça-feira, mas não conseguiu terminar as provas. Ele estava refazendo os testes ontem quando passou mal.
"Fui a primeira pessoa a pegar ele, encostar, as pernas dele bambearam, como se não aguentasse mais. Ele não perdeu os sentidos. Fiz um monte de perguntas médicas para ele, inclusive se timha perdido sangue, tudo isso foi avaliado ali na pista mesmo. Ele negou tudo, falou só que não tinha se alimentado", explica o major Nolasco.
Cerca de meia hora depois desse primeiro atendimento, Adailton voltou a passar mal e foi levado por uma viatura da PM para o Hospital São Jorge.
A suspeita do médico da PM é que o candidato tenha tido uma rabdomiólise. "É uma doença que ocorre após algum esforço físico, alguma lesão muscular, e que concorre com insuficiência renal e pode ocasionar morte", diz o major Nolasco.
Ação na Justiça
O laudo que indicará as causas da morte de Adailton Lopes Pessoa, 29 anos, fica pronto dentro de 30 dias, segundo informações da Polícia Militar. Segundo a assessoria de comunicação da PM, Adailton foi aprovado no concurso da PM em 2008 para o Curso de Formação de Soldado e havia passado nas etapas inicias do processo seletivo, mas não apresentou o exame toxicológico. Ele entrou com uma ação na Justiça, e o juiz concedeu liminar garantindo que o candidato realizasse o teste de aptidão. Adailton não conseguiu realizar o teste na terça-feira (28), na Vila Policial Militar do Bonfim, e tentou novamente na quarta-feira (1º).
Em nota divulgada à imprensa, a assessoria informa que "o candidato apresentou, conforme edital do concurso, todos os exames exigidos que o tornava apto para a realização do TAF. Estes exames foram apresentados à Junta Médica de Saúde, que após avaliação convalidou pela aptidão à submissão dos exames".
Além disso, a PM esclarece que"todo candidato que realiza o Testes de Aptidão Física (TAF) apresenta um conjunto de exames laboratoriais (sangue, fezes, urina), ergométrico com a finalidade de atestar a sua condição física e biológica para realizar a prova". A nota diz ainda que a PM "lamenta e se solidariza" com a família de Adaílton.