Celular salva eletricista de levar um tiro na barriga
A bala, ao se chocar com o aparelho, chegou a subir em direção à cabeça da vítima, mas não a atingiu
A vítima mostra o celular e hematomas na barriga, atingida de raspão
(Foto: Gustavo Magnusson/AAN)Um a bala de revólver acertou um celular que estava preso na cintura do eletricista L.F.Z, de 55 anos, e evitou que o tiro atingisse a barriga e órgãos vitais do rapaz. A bala, ao se chocar com o aparelho, chegou a subir em direção à cabeça da vítima, mas não a atingiu. “O celular salvou a minha vida. Se a bala pegasse na barriga ou perto do queixo não teria mais jeito”, disse ele.
O caso aconteceu, no Jardim São Pedro, em Campinas. O eletricista olhava um terreno à venda na Rua Antônio Lourenço junto com um corretor de imóveis quando apareceu um homem armado que disparou várias vezes. O corretor que estava junto com ele, Zevaldo da Paz Sousa, de 53 anos, morador do bairro Chácara São Domingos, em Campinas, morreu no hospital. Ele levou vários tiros na cabeça, tórax e abdômen. A Polícia Militar (PM) foi até o local e já encontrou o corretor agonizando. O caso foi registrado no plantão policial do 5º Distrito Policial (DP) de Campinas, no Jardim Amazonas.
De acordo com o boletim de ocorrência (BO), o rapaz que atirou saiu de uma viela próxima ao local. O bandido estava encapuzado, não foi reconhecido e fugiu. Segundo L.F.Z, os tiros eram direcionados principalmente ao corretor de imóveis. “Não gosto nem de lembrar como foi. Parece cena daquelas que a gente só vê em filme”, disse ele.
A princípio, o eletricista achou que os dois seriam roubados quando foram abordados pelo bandido. “O cara apareceu armado, apontando direto para a nossa cabeça, mas ele não falou nada, não disse uma palavra sequer. Daí percebi que não era roubo”, contou. Segundo a polícia, o bandido não levou nada e foi até o local apenas para disparar contra o corretor, como se fosse um acerto de contas. O eletricista disse que o criminoso chegou a parar diante de Sousa quando ele já estava caído no chão e atirou até que a munição do revólver acabasse. A polícia acredita que ele tenha disparado cinco ou seis tiros em Sousa.
O corretor foi socorrido no Pronto-Socorro do Hospital Mário Gatti em estado gravíssimo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O único tiro acidental contra o eletricista foi desviado pelo celular. A bala passou de raspão na barriga dele, deixando marcas e hematomas. Segundo a vítima, a bala deixou dois furos em sua camisa — um perto da cintura e outro um pouco abaixo do ombro, por onde o projétil saiu sem feri-lo. Ele foi socorrido, levado ao Hospital Santa Edwirges e liberado. “Todo mundo disse que eu nasci de novo, inclusive os médicos do hospital, porque a bala passou perto da cabeça. Eu acho que eu estava no local e na hora errada”, disse o eletricista.