JESUS CRISTO MUDOU MEU VIVER
Não tenho ouro, nem prata, mas...
Em nome de Jesus Cristo, levanta-
te e anda.
André Lepre
Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;
O livro de Atos marca o nascimento e expansão da igreja cristã nos seus primeiros 30 anos, e que começou com um pequeno grupo de discípulos em Jerusalém. É um registro histórico da igreja primitiva e um livro com lições e exemplos vivos da obra do Espírito Santo.
Em Atos podemos ver o cumprimento de muitas promessas do Cristo, o desinteresse, a caridade dos primeiros Apóstolos, a prova da ressurreição e aparições do Senhor Jesus, a difusão do Espírito no Cenáculo de Jerusalém e o que sucedeu a estes até a sua dispersão, para pregarem o Evangelho em todos os lugares ao seu alcance.
O livro de Atos começa com o episódio do derramamento do Espírito Santo prometido por Jesus no capítulo 1:8 – “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do Espírito Santo operando através dos seus discípulos.
A virtude a que o versículo acima se refere é traduzida por “poder”, que no original grego é “dunamis”, que significa força, habilidade, gerador de energia, para se realizar um determinado trabalho.
No português, a partir desse termo grego se derivam outras três palavras: Dinamite, dínamo e dinâmico. Esta palavra era usada para indicar milagres, fatos que requeressem poder extraordinário e sobrenatural, como quando Pedro fala ao aleijado no templo (At. 3,12). É como, explicando de um modo simples, se Deus colocasse nas mãos do homem um poder de milhares de dinamites, com a energia de milhares de bombas atômicas, para explodir o inimigo.
É dentro desse cenário de Atos dos Apóstolos que nós podemos notar nos primeiros 4 capítulos a atuação de forma muito incisiva do Apóstolo Pedro, que em nada lembra aquele Pedro que no Evangelho de Lucas capítulo 22 nega a Jesus e que vai ser tratado por Ele em João 21, onde então recebe o comissionamento por parte do Mestre para apascentar as suas ovelhas.
O Pedro que nós vemos aqui já é um Pedro cheio do poder e da unção de Deus, por intermédio do Espírito Santo. Já havia pregado para uma multidão onde quase 3 mil pessoas haviam se convertido.
Quando olhamos para Pedro em Atos dos apóstolos, temos a certeza de que independente de quem sejamos, seja lá qual for o nosso grau de instrução, nossa condição financeira, cor, religião, caráter, defeitos, pecados, Deus transforma nossas vidas, muda histórias, renova o fraco e o abatido, restaura o caído, enche de unção, força e poder todo aquele a quem Ele desejar alcançar.
Não importa que tipo de vida você levou até hoje, não importa que tipos de pecados você cometeu, que tipo de negação de Cristo você praticou! Deus pode fazer de você uma bomba atômica nas mãos d’Ele para transformar o mundo e explodir com todas as maldades dessa vida.
Quando chegamos ao capítulo 3 (o alvo de nossa reflexão), vemos que Pedro se depara com um coxo. Um homem que a Bíblia descreve que o seu estado era desde o seu nascimento e que todos os dias colocavam-no na porta (Formosa) do Templo para pedir esmolas, pois era um local de grande circulação de pessoas.
Diz a Bíblia que Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona (3 horas da tarde). Os judeus tinham o costume de orar três vezes ao dia nos horários das 9 horas, 15 horas e 18 horas.
Aí podemos perceber algo muito interessante. A Bíblia diz que Pedro E João subiam para orar. A conjunção aditiva E nos dá a conotação de que eles estavam em sintonia, com o mesmo propósito, com a mesma visão. Eles estavam juntos. Eles iam orar juntos.
Trazendo para a realidade dos nossos dias, podemos constatar que nem sempre há essa sintonia em nossas igrejas. Todos estão juntos para um congresso de louvor e adoração, para uma festa, para um passeio e até mesmo para um enterro, mas não conseguimos ver esse mesmo espírito para a oração. Você já percebeu quando o pastor de uma igreja diz que haverá um culto de oração quantas pessoas aparecem? É... a igreja precisa urgentemente voltar o seu foco para a oração!
Podemos enxergar 3(três) personagens nessa passagem:
1º) O coxo;
2º) A sociedade;
3º) A igreja de Cristo (Representada por Pedro e João)
Pedro e João se deparam com esse homem na porta do templo pedindo-lhes esmolas.
Como no Judaísmo era uma ação louvável dar esmolas, o mendigo sabiamente se colocava onde todos pudessem vê-lo, no momento em que procuravam a Deus, no momento em que iram orar.
Por uma inspiração divina enxergamos o perfil desse homem, como ele era, o que pensava, o que pretendia... Vamos refletir sobre o seu perfil:
Acomodado com a situação: A Bíblia não se refere a ele como um jovem, mas, vai se referir como “um homem coxo”, e que era assim de nascença, ou seja, já não era mais um jovem, era alguém que já tinha uma idade avançada. E talvez por conta disso, por achar que não haveria mais como reverter aquele quadro, ou porque não haveria mais oportunidades de uma vida melhor para ele, se acomodou.
Conivente com a situação: Para esse homem era conveniente estar ali porque afinal de contas todos que por ali passassem se penalizariam com ele. Para ele era muito mais fácil pedir do que se esforçar para trabalhar, por exemplo. Ora afinal de contas, ele era coxo, mas, não era surdo, não era cego, não era mudo, do tronco para cima era uma pessoa normal, suas faculdades mentais estavam em perfeito estado.
Alcançado pela religiosidade: Afinal de contas quem lhe dava esmolas acreditava que estava cumprindo com sua obrigação, com seu ritual. E esse homem então assume a religiosidade dos outros achando que recebia aquilo que precisava.
Não conseguia enxergar nada além do ouro e da prata: Esse homem não conseguia enxergar algo além do valor do metal. Para ele, ouro e prata eram suficientes para a sua vida, suas necessidades. Ele só conseguia enxergar o que a sociedade lhe apresentava. Não conseguia vislumbrar outra forma de viver. Ele era capaz de pedir esmolas, mas, não era capaz de clamar ao Deus dos céus.
Esse homem era atrofiado no corpo, mas também era atrofiado na alma, nas expectativas, na visão, nas ações e na mente.
Esse homem era coxo e estava gerando atrofias nos outros: explicando melhor, existem muitos coxos hoje em dia como esse homem, pessoas que estão coxas e que estão atrofiando outras pessoas na vida espiritual, na vida sentimental, na família, na comunhão com Deus, na sua profissão, no seu ministério, nos seus sonhos e nos seus projetos.
Atualmente, pessoas na situação deste aleijado não conseguem ver nada mais além das circunstâncias, das dificuldades e isso vai acabando por se desencadear também na sua integridade física, prejudicando-lhe a saúde.
A sociedade daquela época, por sua vez, era acomodada com a realidade desse homem e com a de tantos outros, pois era muito mais fácil dar uma esmola do que cuidar, tratar, dar carinho, atenção, oferecer condições de desenvolvimento ou a oportunidade de vislumbrar uma vida diferente. Isso tudo dá muito trabalho! E quem quer ter trabalho?
Para a sociedade era conveniente dar esmolas, pois só assim, todas as pessoas veriam o quão piedosa ela era, quão preocupada ela era. O quão sensibilizada ela era. Essa sociedade também era impregnada pela religiosidade. É quando achamos que cumprimos com a nossa obrigação, com o nosso papel e não há mais nada que possa ser feito. É quando mostramos que aquilo ali está muito bom e que não necessitamos de algo mais. A sociedade dessa época não conseguia oferecer para esse homem nada mais além de algumas moedas, migalhas, nada mais além do físico, do material. “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” (Mateus 4:4)
E por já estar atrofiada, acabava atrofiando aqueles que se estabeleceram como “coxos”. E acabava gerando pessoas atrofiadas nas expectativas de uma vida abundante.
Infelizmente a sociedade de hoje e a igreja de nossos dias que temos visto tem se comportado exatamente como a sociedade daquela época. Vivemos em uma sociedade que está impregnada de religiosidade, sincretismos religiosos que criam uma confusão na mente das pessoas. Uma sociedade cujo foco está somente no material, na vontade de ter e não de ser. Uma sociedade que diz que “vale tudo para ser feliz!” Uma sociedade assistencialista que só olha para o próximo quando uma grande catástrofe acontece.
E aí vemos a igreja de hoje tirando o foco do seu objetivo principal (pregar o evangelho a fim de salvação eterna) embarcando no que chamamos de “evangelho social”. Que geram pessoas que ficam “coxas” nas suas atitudes esperando serem sustentadas por outros. Uma igreja que se desvia do foco central de Cristo. “Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.” (Mateus 11:5)
Quando Pedro e João se deparam com o coxo, a partir do versículo três, podemos ver o poder de uma igreja viva e cheia de unção, que transforma a vida de um ser humano, uma igreja que põe de pé, que dá condições e diz: ”Vai, lute pelo que é seu de direito!”
Pedro disse: “Olha para nós!”
O que é que as pessoas têm visto em você? Será que você, hoje, tem a mesma autoridade de Pedro para dizer a alguém:
· Olha para mim! Eu tenho algo muito bom para te dar!
· Eu tenho vida para te dar!
· Eu tenho esperança para te dar!
· Eu tenho paz para te dar!
· Eu tenho uma palavra que vai te tirar dessa atrofia!
Olhamos para algumas pessoas, hoje em dia, e vemos somente dor, sofrimento, amargura, solidão, mágoas, revolta, desânimo, tristeza, acomodação, frieza, falta de amor, falta de perdão, descaso, desprezo… Diz a Bíblia que aquele homem olhava para Pedro esperando receber alguma coisa (ouro e prata)…
Quando Pedro diz “Olha para nós!” entendo, por uma inspiração divina, que ele queria que aquele homem visse muito mais do que estava vendo. Creio que Pedro queria que ele visse alguém que também estava ali presente. Não estavam ali somente Pedro e João, mas existia mais alguém ali: Jesus.
Pedro e João tinham a autoridade para dizer “Olha para nós” (...) “não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, te dou…” porque Cristo estava ali com eles por intermédio do Espírito Santo. Pedro tinha algo para dar aquele homem. Algo muito melhor do que ouro e prata: a presença de Deus!
As pessoas estão esperando receber algo de você. Eles esperam receber a vida que exala de você através do Espírito Santo de Deus, através de Jesus Cristo.
Pedro disse: “Não tenho ouro, nem prata, mas, o que tenho, isso te dou…”
E se fosse você? O que você tem para dar?
Pedro tinha Jesus Cristo em sua vida, tinha poder e unção de Deus. E você?
Sempre poderemos oferecer algo melhor do que ouro e prata para nosso semelhante, algo melhor que o material. O material não dura para sempre, mas a marca do amor, da graça, do poder, da unção, do cuidado, do carinho, da amizade verdadeira, isso será eterno.
Pedro quebrou a acomodação daquele homem. Quebrou os estigmas da sociedade. Pedro apresentou àquele homem uma nova expectativa de vida, mas uma visão além do natural; apresentou-lhe o sobrenatural: apresentou-lhe o próprio Cristo.
Pedro tomou-o pela mão direita e colocou-o de pé. Os pés se firmaram e ele começou a andar.
Eu quero te dizer uma coisa, em nome de Jesus Cristo. Se até hoje você estava vivendo “coxo” na sua vida e até o momento não houve quem o levantasse, eu quero te dizer que hoje Deus colocou você em frente a essa reflexão para te dizer que ainda há “Pedros” nos dias de hoje e que um deles está te tomando pela mão direita e te colocando de pé e dissipando todas as atrofias da tua vida.
Comece a louvar, e adorar a esse Deus, porque hoje Ele te curou e te libertou para a Glória d’Ele..AMEM!